segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Rafael Grampá, Fábio Moon e Gabriel Bá

Nesse post vou falar de alguns brasileiros que vem fazendo trabalhos de extrema qualidade e vem ganhando reconhecimento no mundo todo.



O Rafael Grampá é um cara de sorte, tem amigos que reconheceram seu talento e o incentivaram a criar suas próprias história. O Grampá é um ilustrador que vivia de trabalhos pra tv, internet, propaganda e ilustração pra livros, sua primeira aparição em um HQ aconteceu por causa de sua amizade com os gêmeos Fabio Moon e Gabriel Bá, que estavam desenvolvendo um história a 8 mãos com mais dois quadrinistas internacionais(o grego Vasilis Lolos e a italiana/americana Becky Cloonan). Ele foi convidado pelos amigos pra fazer as ilustraçoes que separariam(além da capa) as 4 histórias que eles estavam desenvolvendo pra antologia, o "5", como o traço do grampá é diferente, detalhista e muito original, chamou atenção de todos. O livro ganhou um Eisner Awards("Oscar" dos quadrinhos) e todo mundo abriu os olhos pra esses caras do Brasil que estavam fazendo quadrinho como gente grande, assim, o livro que o Grampá tava a quase um ano desenhando, Mesmo Delivery, começou a ser esperado por muita gente no mundo e uma editora americana se adiantou pra conseguir lançar.

Mesmo delivery foi lançado em 2008 primeiro nos EUA(o meu é em inglês, não aguentei esperar), com linguagem cinematrográfica e muita violência, o livro é um "road-thriller" ou seria "truck-thrller" kkk, já que a história se passa com um motorista de caminhão que tem que fazer uma entrega estranha. O livro deve virar filme, já que o grampá já vendeu os direitos da história. No momento grampá está produzindo seu segundo grande trabalho em colaboração com o escritor Daniel Pellizzari, o Furry Water, que será uma série com 6 issues, lançados pela Dark House em 2010. Fiquei fã dos primeiros desenhos que ele mostrou no blog dele.





Os gêmeos Fabio Moon e Gabriel Bá são a principal razão pra que as grandes editoras de quadrinhos. Os caras tem vários livros autorais lançados no Brasil, ganharam um prêmio Eisner com o Grampá, com "5", além de participarem em séries muito lidas fora do país com Casanova e The Umbrela Academy(escrito pelo vocalista do My Chemical Romance, também ganharam prêmio Eisner). Esses gêmeos são cras totalmente focados no trabalho, com objetivos traçados e espertos o bastante pra dar um passo de cada vez. Eles seguiram com seus projetos no fanzine 10 pãezinhos, que virou o label deles depois. Desenharam diversas histórias, inclusive de livros da literatura nacional, entre elas Fanzine, 5, O Alienista(Machado de Assis), Mesa pra Dois, Um dia Uma Noite, Rolando, De:Tales, etc. Os caras estão sempre trabalhando, no momento além de desenharem pro Casanova e Umbrela estão produzindo um série pra Vertigo chamada Daytripper, serão 10 issues, sem previsão pra ser lançado por aqui. site e blog



Enquanto o Grampá tem sua principal influência no cinema e por isso cria histórias de ficção que são mais chamativas, os trabalhos autorais dos gêmeos é mais emocial, está ligada a amizades, relacionamentos, família e por aí vai, mas nem por isso eles ficam de fora da onda de héroi e mostram que mandam bem quando estão desenhando pras editoras americanas.

A grande visibilidade que esses caras deram pra o trabalho nacional vem dando muitos frutos, diversos quadrinistas viram que trabalhar em projetos próprios pode ser interessante em vez de simplesmente procurar um emprego e desenhar idéias dos outros a vida toda. O Brasil tem muitos desenhista presos no mundo Marvel e da DC Comics, mas essa galera nova vem mostrando que tem muita coisa daqui pra eles não conhecem.



Bem, a princípio é isso, ainda tenho alguns quadrinhos lá em casa que não comentei aqui, tem outros nas minhas lista de futuras compras e ainda tem aqueles que eu comprei mas não li ainda. Se alguém quiser falar alguma coisa, algum que eu leu e gostou ou não gostou e não conseguiu ler tudo que escrevi demais, sei lá!

Filmes Agosto 09

Se não tiver deixado passar nenhum, esses são os filmes que ainda tenho q colocar a ficha aqui. Como tava sem muito tempo, vou deixar a lista pra pelo menos registrar



Underworld 2 (Vale a Pena pra quem gosta de filmes de vampiros, eu sou fã do gênero!)

Underworld 3 (Uma Merda - No primeiro e segundo eles usaram muitas vezes o flashback pra mostrar o que aconteceu no início da guerra entre lycans e vampiros, e nesse filme eles contaram tudo novamente!)

The Escapist(Vale a Pena)

Chê 1 e 2 (Mais ou menos)

Angels e Demons (Mais ou menos - não é um grande filme, mas diverte, melhor adaptado que o Código Da vinci)

Star Trek(vale a Pena - Nunca fui muito ligado em Star Trek, mas achei o filme bem legal, a história é bem boa!)

The science of sleep(Vale a pena pra quem conhece as loucuras do Michel Gondry, mente aberta :P )



Meu nome não é Johnny (Uma Merda - Esperar mais, achei o filme fraco, pareceu ter sido feito as pressas)

Margot at the Wedding(Uma Merda - mesmo com bons atores o filme tem uma história fraca, não prende muita a atenção)

Street Kings(Mais ou menos - filme policial :P)

LOKI( Vale muito a pena!!! - coloquei o loki aqui pra ficar registrado! Muito bom o filme, pra quem n conhecia o arnaldo direito, pra quem achava q sabia o q tinha se passado nos mutantes. Belo filme, vida doida!! )





Lembrando que a avaliação segue a seguinte regra:



"Uma Merda" - o nome já diz, n preciso explicar(brincadeira, só não gostei do filme ou me decepcionou por algum motivo)

"Mais ou menos" - O filme n é ruim, se tiver um tempo livre e n rolar outra coisa, pode ver.

"Vale a pena" - O filme pode ser visto tranquilamente, mas tem seus poréns.

"Foda" - aqui é o filme que vc n pode deixar de assistir (serial o "double-kill", talvez role o "Multi-kill")

Marjane Satrapi, Alison Bechdel e Craig Thompson

No primeiro post falei de caras consagrados, agora vou falar de 3 "novos" quadrinistas que eu esbarrei na internet, todos por causa do Eisner Awards("Oscar" dos quadrinhos). Esses 3 autores tem algumas características muito parecidas, o traço deles é de certa maneira mais simplista(apesar da Alison conseguir descrever em detalhes muitos cenários da sua infância), abrindo um espaço maior pra que suas história auto-biográficas tenha a atenção que merecem.



A Marjane Satrapi é uma figuraça que conseguiu contar muito sobre a cultura e história da seu país, o Irã, no seu livro de estréia, Persépolis. o livro é muito bom, principalmente para quem não tinha tanta informação sobre o irã e tem apenas uma visão bem pequena sobre os seus costumes e seus conflitos. O texto da marjane é ótimo, as situações são bem interessantes e os conflitos de uma menina de família liberal em um país de governo ditador é impressionante. O filme lançado é bem fiel ao livro e consegue passar muito do que a marjane colocou na sua história, claro que isso aconteceu porque ela participou de todo o processo. Depois de lançar Persépolis, ela lançou o Frango com Ameixas que seria algo como um conto sobre seu tio-avô, uma história mais light. Ahh sim, tem uma coisa legal que a marjane passa pro livro que é o fato de se desenhar, de definir como vc vai aparecer no livro kkkk, doideira isso, principalmente pra mulher que tem toda uma relação complicada isso(a maioria das mulheres na verdade :P).







Se a marjane nos mostra muita da sua cultura e da sua vida, a Alison Bechdel escancara tudo sobre sua família em um livro totalmente íntimo. Em Fun Home Alison mostra como chegou ao que é hoje, analisa sua relação com seu pai e como isso tudo influenciou nas suas decisões e convicções atuais. Aconselho a não ler muito sobre o livro, tentar descobrir quem é Alison Bechdel e seu pai através da história é muito mais interessante, foda que qualquer resenha sobre o livro entrega logo o que eles tinham em comum e onde divergiam tanto, não que saber disso atrapalhe a leitura, já o importante é todo o caminho e não somente o resultado.



Catei isso no blog Connector : "Durante sete anos, Bechdel trabalhou arduamente no projeto de seu álbum, revisitando seus antigos diários (alguns escritos em um período de transtorno obsessivo compulsivo), utilizando fotos de álbuns de família como referência para seus desenhos, confeccionando mapas geográficos para entendermos melhor a história, reproduzindo capas de jornais e cartas à mão e, acima de tudo, demonstrando uma empatia comovente para com a figura controversa de seu pai.

Em termos narrativos, Alison se valeu de um catatau de referências literárias (não gratuitas, mas devido às paixões intelectuais de família Bechdel) que vai de Marcel Proust a James Joyce. Entremeada de citações mas sem prejuízo para o espectador iletrado (grupo no qual me incluo), a rede de lembranças é explorada de forma não linear, com saltos para frente ou para trás que não trazem qualquer obstáculo à compreensão da história por um motivo muito simples: é assim que a nossa memória funciona."



O livro do Craig Thompson, Blankets(acabou de ser lançado no Brasil como Retalhos!), é algo completamente diferente de qualquer outro quadrinho que li, pra tentar descrever melhor dizer que uma vez li uma descrição sobre esse livro bem assim(acabei de ir procurar na internet pra poder citar :P) "Se HQ fosse poesia, seria Blankets"(Télio Navega, jornalista). Impressionante como 600 páginas fluem com uma leveza, uma tranquilidade. Quando falo em tranquilidade e leveza por experiência própria, li o livro em menos de 1 dia, sem cansaços, apesar de ter me arrependido de não ter tido o dicernimento de dosar guardar um pouco pra mais tarde, sei lá, prolongar a sensação kkkk. Blankets como a história do próprio Craig - como vcs já devem ter imaginado - ele cresceu em uma pequena cidade de Wisconsin, EUA, extremamente fria e cristã, lá ele viveu toda as pressões de uma comunidade quase que "xiita", viveu uma infância bem próxima do seu irmão, fala sobre o primeiro amor e por aí vai.

Eu já indiquei o livro pra algumas pessoas e sempre digo que tem pouco texto e é assim que o autor vai criando a sua poesia, é um exercício de imaginação e isso não faltavam a craig e seu irmão, com quem dividia uma cama de casal quando eram pequenos.

A crítica a religião está presente em boa parte do livro, mesmo quando como quem não quer nada craig mostra como aconteciam as idas a igreja ou o catecismo. Esse livro é uma achado, comprei fora do país, pela amazon, um presente :P, vi na escariz a versão em português e fiquei doido pra comprar, não sei porque, não sei se pra comparar, se pra revisitar a história e corrigir qualquer coisa que interpretei errado ou simplesmente pra poder reler o livro.



Falei desses 3 agora e posso dizer que fico impressionado como eles encontraram maneiras fodásticas de mostrar uma parte de suas vidas, de mostrar mais do que a maioria tem coragem de mostrar. Diferente do que ocorreu com os caras do primeiro post, nesses 3 livros a ação é outra a emoção é bem diferente.



O próximo post será sobre alguns brasileiros. Depois disso posso falar de outros livros, algumas obras mais avulsas, de ficção, algo mais próximo do HQ normal mesmo.

domingo, 9 de agosto de 2009

Alan Moore, Frank Miller e Art Spielgeman

Primeiro vou falar de 3 caras que em qualquer canto dispensam apresentações(Vou começar a cuspir um monte de informações :P, boa sorte pra entender):



Alan Moore é considerado um dos mestres desse ramo e tem milhões de livros vendidos, o detalhe é que alan moore é roteirista, não quadrinista, mas o alan moore viu o potencial dos quadrinhos e concentrou toda sua produção nisso. O que esse cara tem de criativo tem de excêntrico, basta ver a cara do figura (). Os livros do alan moore que eu li foram o From Hell e o Watchmen, dois dos melhores livros que já li, ambos com boas versões cinematográficas, mas que msm assim nem encostam nas tramas que o alan criou. Livros muito densos, muitos diálogos e personagens complexos, as tramas do alan moore são reconhecidas além do mundo dos quadrinhos, com o watchmen ele mudou a visão que muitos tinham sobre os quadrinhos e colocou seu novel na lista dos best sellers lançados.





Frank Miller é bem mais conhecido do grande público do que o alan moore, não que isso torne ele melhor que o primeiro. O Frank é um quadrinista fantástico, o preto e branco dele é doideira, impressionante. Além de boas histórias autorais o frank tb tem livros relacionados que personagens famosos, como o Batman, mas seus quadrinhos mais famosos são Sin City e 300. O primeiro mostra todo o talento de frank pra desenhar, além das histórias serem bem legais, composto por 7 bons livros com histórias entrelaçadas. É extremamte lindo como ele consegue apresentar tanta coisa numa cena apenas com o preto e branco, sempre que posso dou uma olhada nos meus livros. Os únicos furos do Frank se chamam robocop 2 e 3 e The Spirit. No robocop ele foi convidado pra escrever o roteiro e não foi muito feliz e pegou o grande herói de Will Eisner e fez um filme horrível que eu msm já comentei em outro post.



O Art Spielgeman é o tipo de profissional que poderiamos chamar de "mais um" :P, vou explicar, diferente dos outros 2 que já demonstraram o quanto são bons várias vezes, os outros trabalhos do art são considerados regulares, mas ele pode se dar ao luxo de não fazer mais nada depois de dedicar boa parte da sua vida para a criação de MAUS. No livro Art narra a luta de seu pai, um judeu polonês, para sobreviver ao Holocausto, além disso o livro trata da relação complicada entre os dois, das sequelas sofridas pelo pai(melhor, pelos pais!). Eu tenho toda história em apenas 1 livro, mas MAUS foi lançado foi lançado em 2 volumes em momentos diferentes. Art criou uma maneira interessante de representar e diferenciar judeus, alemães e poloneses que não eram judeus, ele retrata os judeus como "ratos" sendo perseguidos pelos "gatos" nazistas e sendo ajudados ou dedurados pelos "porcos" poloneses(Só vendo pra entender todo o processo!). Ele mistura a narrativa da história com as conversas que teve com o pai pra poder descobrir tudo que aconteceu, assim ele se torna também personagem do próprio livro.



Essas 3 figuras da história dos quadrinhos são leitura obrigatória pra quem quiser acompanhar a evolução e até entender o boom dos graphic novels no cenário mais recente da literatura.

Graphic Novels

Prometi pra Andrezão que iria falar sobre alguns graphics novels aqui no blog, na verdade tinha me programado pra escrever alguma coisa um tempo atrás, mas me passei, acabei esquendo.Então vou falar rapidamente de 9 quadrinistas(e/ou roteiristas). Vou separar os posts pq senão vai ficar um post monstro.



Aqui a lista de alguns dos livros que eu tenho e que eu recomendo, vou falando deles ao longo dos posts



Alan Moore

Watchmen

From Hell



Frank Miller

Sin City



Art Spiegelman

Maus



Marjane Satrapi

Persépolis

Frango com Ameixas



Alison Bechdel

Fun Home



Craig Thompson

Blankets



Rafael Grampá

Mesmo Delivery



Fabio Moon e Gabriel Bá

5, Pixu, De:Tales

The Boondock Saints

Rpz...aonde esse filme tava escondido, The Boondock Saints(ou em português Santos Justiceiros) é um thriller bem legal lançado em 1999 que eu encontrei por acaso quando um blog comentou que já estava pra sair a sequência. O filme na verdade é uma introdução aos personagens, a premissa é muito boa, mas a história é curta, a trama é razoavelmente simples. O diretor tinha planos de fazer um sequência logo, mas por aquelas erros de distribuição, sei lá, o filme não emplacou, mas deve ter feito sucesso depois, porque o segundo filme vai ser lançado no final desse ano, se não me engano. Não to dizendo que é um filmaço, mas eu achei bem legal. O Willem Dafoe tira muita onda interpretando o agente do FBI que tá atrás dos "santos".



Avaliação: "Vale a Pena"



Ficha Técnica: The Boondock Saints, EUA, 1999

Sinopse

Esta é a eletrizante história dos irmãos MacManus, dois devotos católicos irlandeses com um surpreendente senso sobre certo e errado. Seus caminhos cruzam-se com os dos chefes da máfia do sul de Boston, alvos que eles decidem eliminar, já que o FBI não tem poder para detê-los. Embora da classe trabalhadora, Connor e Murphy vivem fora do controle social. Eles questionam seus próprios conceitos de justiça, porém sentem-se perdoados. Afinal, eles não matam indiscriminadamente, mas escolhem quem vive ou morre. Mais que uma história sobre justiça. ?Santos Justiceiros? é um filme que questiona a ética do sistema legal onde autores de crimes cruéis vivem livres. Expõe o submundo e acende uma luz onde poucos ousam olhar...



Direção: Troy Duffy

Roteiro: Troy Duffy

Gênero: Policial

Duração: 103 minutos

Elenco: Willem Dafoe, Sean Patrick Flanery, Norman Reedus, Billy Connoll

iMDB